A preocupação de cientistas com recorde histórico de calor no Círculo Ártico


Cidade da Sibéria atingiu 38 graus no sábado. Muitos estudiosos alertam que 2020 pode se tornar o ano mais quente da história. Cidade da Sibéria, no Circulo Polar Ártico, registra 38°C As temperaturas no Círculo Polar Ártico provavelmente atingiram no sábado a maior temperatura já registrada na história, com escaldantes 38 graus na cidade siberiana de Verkhoyansk, na Rússia. O recorde ainda precisa ser confirmado, mas ele parece ser 18 graus maior do que a média de máximas para o mês de junho. Verões quentes não são incomuns no Círculo Polar Ártico, mas os últimos meses têm tido temperaturas altas fora do normal. O Ártico parece estar se aquecendo duas vezes mais rápido que a média global. Verkhoyansk, que abriga cerca de 1,3 mil pessoas, está dentro do Círculo Polar Ártico, em um lugar remoto na Sibéria. O local tem temperaturas extremas, que podem ir de uma média de -42 graus em janeiro a uma média de 20 graus na estação quente. Este ano, uma onda de calor persistente está preocupando os meteorologistas. Em março, abril e maio, o serviço de meteorologia Copernicus Climate Change noticiou que a temperatura média esteve 10 graus acima do normal. Esse gráfico da BBC mostra as temperaturas altas no Ártico BBC Neste mês, partes da Sibéria chegaram a registrar 30 graus, enquanto no mês passado, a localidade de Khatanga, também no Círculo Ártico na Rússia, registrou o recorde de 25,4 graus. "Os recordes de temperatura estão sendo quebrados em todo o mundo, mas o Ártico está se aquecendo mais aceleradamente do que em qualquer outra parte", diz Dann Mitchell, professor de ciências atmosféricas da Universidade de Bristol, no Reino Unido. "Então, não é surpreendente ver recordes sendo quebrados nesta região. Veremos mais disso no futuro próximo." Por que devemos nos preocupar com aquecimento no Ártico? O aquecimento no Ártico está provocando o derretimento da chamada permafrost - camada que antes ficava permanentemente congelada abaixo do solo. Isso está preocupando os cientistas porque o derretimento da permafrost faz com que gases como dióxido de carbono e metano, que estavam presos ali, sejam liberados na atmosfera. Esses gases do efeito estufa podem aquecer ainda mais o planeta e causar mais derretimento, em um círculo vicioso de retroalimentação. As temperaturas altas também fazem com que o gelo na superfície derreta em um ritmo mais acelerado, fazendo com que o nível do mar cresça. Também existe retroalimentação neste caso, porque a diminuição da superfície branca do gelo faz com que o mar absorva mais calor. Isso provoca ainda mais aquecimento. O impacto de incêndios florestais também é um fator. No verão passado, houve incêndios no Ártico. Apesar de comuns no verão, as altas temperaturas e os ventos fortes foram mais graves do que o normal. Geralmente eles começam em maio e chegam ao seu ápice em julho e agosto, mas este ano já no final de abril esses fenômenos estavam dez vezes maiores na região de Krasnoyarsk, na Sibéria, comparado com o ano passado, segundo o ministro de Emergências da Rússia. Este será o verão mais quente da história? 2020 certamente é um forte candidato para isso. A maior parte do norte da Europa e da Ásia teve uma primavera moderada e um verão com temperaturas até 10 graus acima do normal, em alguns lugares. O ano mais quente já registrado foi 2016, que ainda está apenas levemente na frente de 2020. Isso não deve surpreender ninguém. "Nós perturbamos o equilíbrio de energia do planeta inteiro", alerta o professor Chris Rapley, da University College London (UCL). Ano após ano vemos recordes de temperatura sendo quebrados, diz o cientista. "Isso é uma mensagem de alerta da própria Terra. Nós a ignoramos por nossa conta e risco."

Notícia publicada em: G1.globo.com

Postagens mais visitadas deste blog

Governo exonera presidente do ICMBio

Pesquisadores batizam nova espécie de cobra com homenagem a personagem de 'Harry Potter'

Consumo no País cai na 1ª semana de quarentena, diz Kantar; gasto total recua 8%