Mourão vê 'precipitação' de Salles e diz que operações na Amazônia e no Pantanal vão continuar

Vice-presidente preside Conselho da Amazônia. Segundo ele, não haverá bloqueio de verba, argumento do ministério para suspensão de ações contra desmatamento e queimadas. Ministério do Meio Ambiente suspende operações contra desmatamento e queimadas O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que preside o Conselho da Amazônia Legal, afirmou no fim da tarde desta sexta-feira (28) que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, se precipitou ao anunciar a suspensão das operações de combate ao desmatamento e às queimadas na floresta amazônica e no Pantanal. Segundo Mourão, o bloqueio orçamentário de R$ 60,6 milhões do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) — apontado pelo Ministério do Meio Ambiente como motivo para a suspensão das operações, anunciada nesta sexta — não será efetuado. “O ministro teve uma precipitação aí e não vai ser isso que vai acontecer. Não vai ser bloqueado os 60 milhões aí entre Ibama e ICMBio”, disse Mourão a jornalistas na saída da vice-presidência. "O ministro se precipitou, pô. Precipitação do ministro Ricardo Salles. O governo está buscando recursos para o auxílio. Cada ministério dá sua contribuição. Mas o ministro se precipitou", declarou Mourão. "Não vão ser bloqueados os R$ 60 milhões de Ibama e ICMBio”, disse. Mourão disse que conversou com Salles por telefone. Segundo ele, o ministro do Meio Ambiente precisa entender que não agiu da melhor forma ao divulgar a nota. "Vamos esperar que agora ele reflita e chegue à conclusão que não foi a melhor linha de ação a que ele tomou. E criou um caso aí que não era para ser criado", afirmou o vice-presidente. Perguntado se Salles continuará no governo depois dessa nota, Mourão disse que não queria entrar nesse assunto. "O ministro Ricardo Salles é ministro do presidente Bolsonaro", afirmou. A nota do ministério O Ministério do Meio Ambiente anunciou por meio de nota que, a partir de segunda-feira (31), serão suspensas todas as operações de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia e às queimadas no Pantanal. De acordo com a nota, a suspensão é motivada por um bloqueio financeiro determinado pela Secretaria de Orçamento Federal em verbas do Ibama e do ICMBio. Segundo a nota, foram bloqueados R$ 20,9 milhões do Ibama e R$ 39,7 milhões do ICMBio. O ministério afirma que esses R$ 60,6 milhões "vêm a se somar à redução de outros R$ 120 milhões já previstos como corte do orçamento na área de meio ambiente para o exercício de 2021". O ministério informou que, em relação ao combate ao desmatamento ilegal, serão suspensas as atividades de 77 fiscais, 48 viaturas e dois helicópteros do Ibama; 324 fiscais do ICMBio. Em relação às queimadas, serão desmobilizados 1.346 brigadistas, 86 caminhonetes, dez caminhões e quatro helicópteros do Ibama; 459 brigadistas e 10 aeronaves Air Tractor do ICMBio. De acordo com a nota do ministério, a informação sobre o bloqueio das verbas foi transmitida por Esteves Colnago, chefe da assessoria especial do Ministério da Economia. A determinação para o bloqueio teria sido dada pela Secretaria de Governo e pela Casa Civil da Presidência da República. O G1 questionou esses órgãos e aguardava respostas até a última atualização desta reportagem.

Notícia publicada em: G1.globo.com

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