Agropecuária foi responsável por 90% da perda de vegetação natural do Brasil, aponta levantamento


Pesquisadores lançam novos dados do Mapbiomas, projeto que observa o uso da terra no país. De 1985 a 2019, 10% da vegetação do território nacional foi perdida. Árco-íris na floresta da bacia do Xingu pouco antes de chover Carolina Dantas/G1 O uso da terra para a agropecuária foi responsável por 90% da perda de vegetação natural do Brasil. Os dados, contabilizados entre os anos 1985 e 2019, foram divulgados nesta sexta-feira (28) e são monitorados pelo Mapbiomas, um projeto que envolve ONGs, universidades e empresas de tecnologia. Dados importantes: Brasil perdeu área de vegetação nativa equivalente a 10,25% do território nacional entre 1985 e 2019; A área perdida acumulada é de 87,2 milhões de hectares – 573 cidades de São Paulo; 9,3% da mata natural do país é secundária, ou seja, já foi desmatada em algum momento e voltou a crescer; O Cerrado é o bioma que perdeu mais vegetação nativa: - 21,3%. "O levantamento do MapBiomas aponta que pelo menos 9,3% de toda a vegetação natural do Brasil é secundária, ou seja, são áreas que já foram desmatadas e convertidas para uso antrópico pelo menos uma vez", explica Tasso Azevedo, coordenador-geral do projeto. "Da área que nunca foi desmatada, há uma fração que já foi degradada por fogo ou exploração madeireira predatória. Quantificar esse processo de degradação das florestas é um dos próximos desafios que vamos enfrentar". Os dados do Mapbiomas são públicos e levam em consideração diferentes bases de dados, algumas criadas por universidades, outras com base em imagens de satélite, como as do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ou até dados demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Projeto analisa dados de satélite desde 1985 para detalhar situação dos biomas; entenda como funciona Participam do grupo de monitoramento ONGs como Imazon, SOS Mata Atlântica, Observatório do Clima e Ipam. A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Universidade Estadual de Feira de Santana também são co-criadoras, além de empresas de tecnologia, como o Google. Alta do desmatamento As áreas com alerta de desmatamento na Amazônia aumentaram 34,5% no período de um ano, segundo dados divulgados pelo Inpe, vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia. De agosto de 2019 até o dia 31 de julho deste ano, houve alerta de desmatamento de 9.205 km² de área da floresta, uma área mais que seis vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Entre agosto de 2018 e julho de 2019, esse número tinha ficado em 6.844 km². Programa "Mapbiomas": maioria do desmatamento em 2019 foi ilegal 'Fundo Amazônia precisa seguir recebendo recursos', diz coordenador-geral do MapBiomas Initial plugin text

Notícia publicada em: G1.globo.com

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