Pesquisadores registram pela primeira vez presença de tatu-canastra em Uberaba
Flagrante foi feito por câmeras do projeto “Tatu-canastra Uberaba” em APA do Rio Uberaba. Tatu-canastra, flagrado por câmeras de pesquisadores em Uberaba Reprodução/ TV Integração Câmeras de monitoramentos do projeto “Tatu-canastra Uberaba” flagraram, na última quinta-feira (22), pela primeira vez a presença do animal em uma área na região do município. O projeto foi criado em 2007 para preservar a espécie, ameaçada de extinção. De acordo com os responsáveis, as câmeras monitoravam a região, depois que foram identificados alguns rastros do animal. Porém, mesmo com a detecção do animal, ainda não foram levantadas muitas informações, apenas que se trata de um macho, além de identificar a espécie. Com a confirmação da presença do tatu-canastra, o monitoramento será feito de forma mais intensiva, para conhecer um pouco mais sobre os hábitos, área de influência, população e outras informações que serão importantes para o estudo. O projeto O grupo de pesquisadores que compõe o projeto “Tatu-canastra Uberaba” se inspiraram no Instituto de Conservação de Animais Silvestres (Icas), do Mato Grosso do Sul. A iniciativa tem o objetivo de monitorar, conservar e preservar a espécie que está ameaçada de extinção. Biólogo Raul Sbroia Neto coloca camera trap para registrar tatu-canastra em Uberaba — Foto: Reprodução/TV Integração Reprodução/TV Integração Existente desde 2007, o projeto começou após os pesquisadores realizarem um trabalho na Reserva Particular de Patrimônio Vale Encantado (RPPN-VE), que fica na Área de Preservação Ambiental (APA) do Rio Uberaba. No local foram identificados os primeiros registros que indicavam a presença do Priodontes maximus, nome científico do tatu, e câmeras foram colocadas para tentar visualizar o bicho. “Armamos a câmera próximo ao local onde achamos que o animal pode passar e vamos acompanhando os registros e, se for necessário, trocamos a câmera de lugar”, disse o biólogo Raul Sbroia Neto. De dia, o tatu-canastra tem hábito de ficar embaixo da terra. “Quanto a gente localiza um buraco, medimos profundidade, altura, largura e ângulo da escavação. A partir destas medidas a gente vai determinar se realmente é uma toca de tatu-canastra, já que ela também é usada por mais 80 espécies”, contou Igor Ugliani, técnico em agropecuária em entrevista ao MG1. Maior tatu do mundo O tatu-canastra, conhecido também como tatu gigante se alimenta de cupins e formigas e pode chegar a medir 1,5 metro de comprimento e pesar até 60 quilos. O que equivale ao tamanho e peso aproximados de uma criança de 13 anos. Capaz de construir tocas com mais de 40 centímetros de largura e 30 centímetros de altura, a espécie é considerada “engenheira do ecossistema” já que, com as escavações, é capaz de alterar o ambiente e criar novos habitats. Tatu-canastra está em extinção Reprodução/TV Integração Característico do Cerrado, o tatu-canastra também pode ser encontrado em outros biomas do Brasil, como Amazônia, Pantanal e Mata Atlântica e da América Latina, mas a ocorrência é muito rara. Os jovens da espécie são potenciais presas de onças-pardas e onças-pintadas, já os adultos dificilmente são predados, devido à proteção feita pela forte carapaça.
Notícia publicada em: G1.globo.com